22.04 – Quinta / Chegando a Santiago

Maravilha viajar no dia seguinte a um feriado. Pude passar a quarta-feira me organizando com calma, separando roupas e as parafernálias eletrônicas de costume: mini notebook, máquina fotográfica, celular, carregadores, etc...

Acho que a funcionária da Gol que me atendeu no Salgado Filho também teve um ótimo feriado, pois foi um dos check-ins mais simpáticos que eu já fiz.

Já em Guarulhos, encontrei com o Marcelo por volta das 16h e depois do check in dele, passamos para a área de embarque internacional. Rápida zapeada pelo free shop e encontrei o primeiro presente da viagem, um kit para poker de M&M's! Tenho uma turma de amigos que joga poker e eu até agora não me animei a aprender a jogar. Quem sabe agora eu aprendo?

Usei o serviço de reservas do free shop e deixei separadinho pra pegar na volta, junto com um kitzinho de carregador de iPhone para carro.

Tomamos alguns chopes no Bar Devassa até a hora do embarque e partimos!

Vôo super tranqüilo. Na escala em Buenos Aires, a comissária conseguiu descobrir pra mim o resultado do jogo do Inter contra o Deportivo Quito. 3x0 pra gente!! Ueba!!

O trecho BsAs – Santiago foi bem vazio, nos esparramamos cada um em uma fileira de poltronas e pegamos no sono, até sermos acordados pelo aviso de colocar os cintos, pois começaríamos a voar sobre os Andes. Olhando pela janela, demorei um pouco a acostumar os olhos à escuridão, mas deu pra perceber os contornos da cordilheira sob a luz da lua. Pensar no filme Vivos foi inevitável. Medinho básico.

O desembarque em Santiago foi rapidinho, imigração idem. Ao nos dirigirmos para pegar as malas, vimos uma boa parte do teto no caminho em reformas. O Marcelo até comentou que os acabamentos estavam meio tosquinhos. Na hora, nenhum dos dois bocós se deu conta de que aquilo, na realidade, fazia parte dos consertos dos estragos do terremoto. Só foi cair a ficha já do lado de fora do aeroporto! Dããã...

Encontramos o representante da agência com a clássica plaquinha nos esperando, o Sr. Waldo – que eu insisti em chamar de Walmor algumas vezes durante o caminho até o hotel. Era o sono...

Perto das 02:00, chegamos e fizemos check in no Hotel Alcala Del Rio. Prós: superbem localizado, numa vizinhança tri simpática, no bairro Providencia, a duas quadras da Av. Providencia. Contras: o quarto era minúsculo para duas camas e o sinal do wi-fi que vinha do lobby não alcançava até lá. Cada vez que queria usar a Internet, tinha que descer com o note e ficar praticamente debaixo do D-Link, pra pegar o sinal.

Acabamos ficando tão pouco tempo dentro do hotel, que o tamanho do quarto foi o de menos.

Encerrando a noite, o Sr. Waldo nos passou todo o material da agência, telefone, mapas e combinou horário para ir nos buscar no dia seguinte.

Ok, estávamos no Chile!

É hoje!!

OK, mala pronta!
Bora viajar?

O parceiro da trip

Pois então... Queria apresentar pra vocês o cara que vai ter que me aturar pelos próximos dias!

O Marcelo é um amigão que mora em São José dos Campos. A gente se conhece desde 96, quando fomos colegas Trainees na RBS, empresa de comunicação aqui da região Sul. O convívio com a turma durante o período de Trainees proporcionou o surgimento de diversas amizades bacanas, algumas – como essa – que duram até hoje!

No ano passado, ele veio passar alguns dias comigo em Porto Alegre, e foi tri divertido fazer passeios turísticos e muita festa junto com ele por aqui! Até pro campo do Internacional eu carreguei o Ma, que é Palmeirense!

Com certeza vai ser uma parceria e tanto na viagem! :o)

Com que roupa?

Ueba!!! Está chegando o momento!!! Amanhã a essa hora já estarei dentro do avião decolando pra Guarulhos e então... CHILE!!!

Tô bem feliz! Consegui organizar tudo a tempo no escritório, deixei vários assuntos encaminhados, que devem seguir seu rumo durante esses 10 dias em que estarei fora. Geralmente antes de sair de viagem, meu default é estar estressada com algum pepino que sempre fica pendente no trabalho. Não quero nem falar antes do tempo (toc-toc-toc), mas dessa vez tá tudo tri!

Agora de manhã comecei a separar as roupas pra colocar na mala. Sim, eu sempre faço as malas na véspera de todas as minhas viagens, às vezes no dia.... Para uma pessoa super organizadinha como eu, sei que isso parece um absurdo. Mas não dá. Não consigo fazer as malas com antecedência. Além disso, gosto de esperar até quase a última hora, pra ver a previsão do tempo mais atualizada possível no meu local de destino.

Em Santiago, previsão de mínimas de 6ºC e máximas de 22ºC. Em Calama, temperaturas entre 4ºC e 23ºC. Ilha de Páscoa entre 18ºC e 25ºC.

Mal posso esperar, eu amo dias geladinhos de inverno! O verão aqui em Porto Alegre castigou a Gauchada com temperaturas muito altas nesses últimos meses. Um friozinho vai ser super bem vindo e os casaquinhos já estão à mão! :o)

U2

Qual a maior paixão da sua vida? Além de viajar, a minha é música! Sou viciada, doente, dependente. Eu respiro e só funciono com música. Acordo e ligo o rádio antes de levantar da cama. Dia de baixo astral? É só colocar um som bem alto no carro e sair cantando junto que o mau humor se dissipa rapidinho! Minha vida toda tem trilha sonora. Eu consigo lembrar, com detalhes, onde estava e o que estava fazendo, ao ouvir determinadas músicas que marcaram momentos especiais.

Viagens e música, minhas duas grandes paixões, se cruzaram diversas vezes ao longo dos últimos anos, pois muitas das minhas viagens tem sido em busca de shows das minhas bandas preferidas. Até quando eu não viajo necessariamente pra ver um show, acabo descobrindo algum, no lugar onde estou.

A lista de shows fora de casa é grande e variada, indo desde AC/DC até Christina Aguilera, passando por David Bowie, Van Halen, The Police, U2, Rob Thomas, Chickenfoot, Nickelback, Beyoncé, Diego Torres, Maroon 5 e meu xodó preferido, Sammy Hagar.

Sammy Hagar com Mike Anthony na Cabo Wabo Cantina, em 2008

Aliás, os shows do Sammy Hagar vão ganhar um capítulo à parte nesse blog, pois foi por causa do Sammy que tive a felicidade de conhecer um dos lugares mais bonitos e bacanas onde já estive na vida: Cabo San Lucas! Prometo que escreverei sobre minhas viagens a Cabo futuramente.

Entre as bandas que tive a oportunidade de assistir ao vivo, o U2 é protagonista de uma historinha que merece muito ser contada.

Mochilão pela Europa, 1993. Eu no trem, fazendo o trecho Florença – Lisboa. Quando paramos em uma das tantas estações no caminho, uma turma animadíssima invade o vagão fazendo a maior zoeira, todos com camisetas e bandanas do U2. Curiosa, puxei papo com a gurizada e descobri que estavam indo para um show da banda que aconteceria no dia seguinte em Madrid.

Plim!!! Meus olhinhos imediatamente brilharam de excitação!!! Naquela época, nunca na vida eu imaginaria que o U2 pudesse vir um dia a tocar no Brasil. Shows internacionais por aqui ainda eram raros. Pensei... é a minha chance de ver os caras!!!! Mas isso implicaria em toda uma alteração de planos, reservas de albergues e o escambau. Isso sem contar a questão principal... eu não tinha ingresso para uma turnê que estava completamente sold out, a ZooTV. Depois de ruminar o assunto durante a noite, decidi mandar o planejamento às favas e desci do trem em Madrid.

Manhã cedinho, deixei a mochila em um armário na estação e fui direto para o estádio Vicente Calderon. Uma galera já se amontoava em frente aos portões de acesso. Localizei a bilheteria e encarei a guria lá dentro:

- Me vê um ingresso, por favor?

Tive que esperar que ela parasse de rir antes de ouvir que os ingressos estavam, como eu já sabia, esgotados. Boa taurina teimosa que sou, passei os 10 minutos seguintes argumentando com a mocinha que eu era Brasileira, tinha ido até lá SÓ pra ver esse show, que o U2 jamais iria tocar no Brasil, que essa era a oportunidade da minha vida e blá-blá-blá....

Não sei se ela encheu o saco da choradeira ou se apenas se compadeceu da minha dor, mas o fato é que resolveu me dar a dica, com ar de cúmplice e falando meio baixinho:

- Olha, a gente tem aqui na bilheteria alguns ingressos que foram sorteados por uma estação de rádio durante a semana. Se até o horário do show as pessoas não vierem buscar, vamos ver o que dá pra fazer por ti...

Foi o que bastou pra que eu sentasse a bunda debaixo da bilheteria e não arredasse mais dali o resto do dia. Se sobrasse algum ingresso lá dentro, seria meu!!!! Isso deveria ser umas 10, 11 da manhã. Nas horas seguintes, vi várias pessoas chegarem na bilheteria e irem embora com seus ingressos na mão, os felizes ganhadores da tal promoção radiofônica, mas não desanimei e continuei lá plantada.

No finalzinho da tarde, ele chegou... Um coroa com pinta de quem tinha largado a Harley-Davidson logo ali, barba branca, tapado de tatuagens, usando um colete escrito STAFF e crachás onde se lia ALL ACCESS. Na mão, uma maletinha prateada. Se aproximou da bilheteria, trocou algumas palavras com a mocinha (que a essas alturas já era outra mas que também já sabia da minha triste história), deu uma olhada pra mim, guardou na tal maletinha prateada os ingressos que haviam sobrado e veio na minha direção:

- Tu que é a Brasileira que veio pra ver o show e está sem ingresso? Tá aqui! Bom show!

Abriu um sorriso e colocou na minha mão aquele pedaço de papel colorido que me fez a pessoa mais feliz do mundo. Eu vi o U2!!! De graça!!! Na pista!!! E foi sen-sa-cio-nal!!!!!

Depois desse show ainda tive a oportunidade de ver a banda novamente em Buenos Aires em 98 e em São Paulo em 2006! Aguardo ansiosamente o anúncio da turnê 360º para o Brasil ainda este ano ou em 2011!

Bom, só pra não dizer que tudo foram flores, essa história do U2 em Madrid teve um desdobramento inesperado. Depois do show, minha idéia era voltar pra estação pra pegar minha mochila, me acomodar num banco pra esperar o primeiro trem e seguir caminho pra Lisboa. Cheguei lá e dei de cara na porta. A estação só reabriria novamente às 5 da manhã.

Acabei tirando um cochilo ali na frente mesmo, no chão e com frio. Na hora que puxei as mangas do moleton pra tentar me esquentar um pouquinho melhor, pensei... se meu pai fica sabendo disso, me manda voltar pra casa na mesma hora!

Eu parecia uma indigente. Mas que tinha acabado de ver o U2!!!!! Rá! :o)))

Quero ser Ricardo Freire!

No post anterior mencionei o Riq Freire, então vou aproveitar a deixa pra falar um pouquinho desta figura que tanta influência tem na minha vida de viajante.

Eu já acompanhava, de longe, a carreira dele na Publicidade. Sempre fui super entusiasta do assunto. Nunca tive formação acadêmica na área, mas até me arrisco a dizer que sou uma Publicitária em espírito. Rsrsrss... Eu conhecia todas as campanhas da W/Brasil, então o nome Ricardo Freire já era referência pra mim muito antes que o Turismo tomasse conta da vida dele.

Quando o primeiro livro do Riq caiu na minha mão, a sensação foi de identificação total. Em Viaje na Viagem, ele conseguia expressar em palavras um monte de coisas que eu também pensava em relação a experiência de viajar.

Por exemplo, em relação a comida. Como muitos viajantes que se encantam com a culinária de cada local visitado, eu sou do tipo que viaja a cada refeição. Eu fotografo, sim, os pratos antes de comer. E não só em restaurantes mega plus hiper bacanérrimos. Tá valendo desde foto da lunch box do avião até pastelzinho no mercado municipal de Cacimbinhas do Oeste, passando por bombas de colesterol como essa:

Desde então acompanho com cada vez mais entusiasmo as aventuras do Riq pelo mundo afora. Um dos maiores motivos que me levaram a assinar a revista Época durante um bom tempo foi a coluna Xongas, e os textos eram aguardados ansiosamente a cada semana.

Descobri o blog Viaje na Viagem ainda na casa antiga, e migrei juntamente com todo o Povo da Bóia para o template novo no ano passado. O blog é gostoso, é simpático, é como bater papo entre amigos.

Nunca fui de deixar comentários, sempre usei o VnV como meu guia instantâneo de viagens, a primeira coisa que eu consulto ao pensar em ir pra algum lugar. Tipo... deixa eu ir ali olhar o que o Riq já escreveu sobre [insira aqui seu destino].

Ultimamente venho seguindo o Comandante também no Twitter, tenho me arriscado a participar um pouquinho do blog, deixar comentários e fazer perguntas. Fiquei tri feliz mês passado, quando ele usou uma sugestão minha como base pra uma das enquetes do blog. Yay!

Pois aí que nesta semana, o cara esteve em Porto Alegre! Na segunda-feira rolou uma aula na Perestroika e, no dia seguinte, participou do Sarau Elétrico, no Bar Ocidente, fazendo leituras de alguns de seus brilhantes textos.

Quase caí da cadeira quando ele, que nunca havia me visto pessoalmente na vida, chegou todo sorridente e veio me cumprimentar – Oi, kboop! (meu nick no Twitter) como se fossemos velhos conhecidos. Juro, deu pra sentir os olhares de inveja ao meu redor. Baaaahhh, ela conhece o cara... Pausa para momento Tommy.

Finalizando esse post, com a devida autorização do Riq, aqui estão dois vídeos que gravei no Sarau do dia 13/04: Kopfschmerz e Ano Novo + Cacetinho.

Só uma pena que a iluminação do lugar não é assim, uma Brastemp! (tum tum tssss...)

Atualização: Sim, vou ser obrigada a dizer aqui que fiquei tri orgulhosa que o Riq mencionou esse post e meu blog lá VnV.
Como se diz aqui no Rio Grande.... ME CAÍRAM OS BUTIÁ!!! Ahahaha...

Viagem de aniversário. Não é todo dia que se chega aos 40!

Semana que vem é meu aniversário. No dia 25 de Abril eu completo 40 anos. E que melhor maneira de comemorar essa data do que com uma viagem bem legal, certo?

Pois no final do ano passado comecei a pensar em que lugar seria bacana estar nesse dia. Já passei muito aniversário longe de casa e sempre dei jeito de comemorar, onde quer que eu estivesse. AMO o dia do meu aniversário!!!

Em 93, durante meu mochilão pela Europa, passei meu aniversário de 23 anos no bar do albergue onde eu trabalhava em Salzburgo. A galera do lugar, em sua maioria de Australianos, foram super gentis e me deram buquezinho de flores, cartãozinho assinado por todos e um trago memorável de ceveja Gössen. Sério. Memorável. Do tipo tombo do beliche memorável... rsrssss... 

Já nos últimos anos, trabalhando com a Dom Braga (o alambique de cachaça artesanal da família), tenho passado alguns aniversários em São Paulo, pois sempre participamos da feira Brasil Cachaça, que ocorre justamente nessa época. Isso, aliás, é mais uma boa desculpa pra encontrar com os amigos Paulistas, queriduchos que eu adoro! No ano passado (ou retrasado? já nem lembro!) o happy birthday foi no Mocotó, um cantinho de deliciosa comida nordestina e cachaças do Brasil inteiro, comandado pelo meu amigo Rodrigo Oliveira.

Ok, então resolvi que esse ano iria para o Chile. Convidei um amigão, o Marcelo (paulista... eheh..) pra ir junto. Trocamos nossas passagens com 20.000 milhas cada pela GOL e começamos e pensar no roteiro de viagem. Norte ou Sul? Atacama ou Patagônia? Acabamos optando por um roteirinho super enxuto: 2 dias em Santiago, 3 no Atacama e mais 3 na Ilha de Páscoa.

27 de Fevereiro. O terremoto. E os planos de aniversário no Chile, temporariamente, tinham ido por água abaixo. Fiquei super ansiosa, pensamos até em mudar o rumo para a Venezuela.

E aí aparece, por uma incrível coincidência, a viagem do Ricardo Freire pelo Chile! Olha, o timing foi perfeito, parecia que ele estava escrevendo cada post do blog pra mim, antecipando meus dias em Santiago e San Pedro do Atacama.

Acompanhando as atualizações do Riq no Viaje na Viagem, onde ele dizia que estava tudo bem em todos os lugares por onde eu também andaria, fui ficando muito empolgada novamente e o Marcelo se pilhou junto!

Chile, lá vamos nós e era isso! Semana que vem tem festa de aniversário em Santiago! Iuhuuuu!!!

Outro mico?

Como eu disse no post de ontem, a história do Passaporte Expirado foi apenas um, entre os diversos micos de viagem que eu já paguei.
Acabei lembrando de outros dois clássicos que valem a pena o registro. Hoje eu conto um deles.

No verão de 1998, resolvi dividir meus dias de férias da faculdade daquele ano entre a casa da avó em Fortaleza e a casa da tia em Recife.

Com 18 anos, adorava (e ainda adoro) uma boa festa. Depois de 15 dias aproveitando Fortaleza, tinha vôo marcado para Recife cedinho na manhã seguinte, mas mesmo assim resolvi ir pra balada com os primos e voltei de madrugada.

Embarquei dormindo em pé, praticamente um zumbi, peguei no sono tão logo me acomodei na poltrona e nem notei a decolagem. Acordei num susto, quando o avião já pousava. Juntei rapidamente a mochila e desembarquei, sem prestar a menor atenção ao que a comissária de bordo dizia ao microfone.

Estranhei ao chegar no saguão e não encontrar meus tios, que haviam ficado de me buscar no aeroporto. Mais estranho ainda foi a minha mala não ter chegado. A esteira parou de rodar, todos os passageiros foram embora, e nada da mala...

Com o papelzinho da bagagem na mão, mega mau humorada, fui falar com o atendente:
- Moço, minha mala não veio...
- Posso ver o ticket, por favor?
- Tá aqui!

O rapazinho estudou o papel por alguns instantes e me olhou incrédulo:
- Mas aqui não é Recife, moça. Nós estamos em Natal!

Oi??? Imaginem a minha cara de tacho. Eu consegui a proeza de desembarcar no aeroporto errado!!!

Cinco minutos depois, o pessoal de terra me embarcava novamente no mesmo avião que, graças a Nossa Senhora dos Viajantes Lesados, ainda não havia partido rumo a Recife.

De vez em quando a pessoa tem mais sorte que juízo.... :o)

Meu King Kong de estimação!

Todo viajante que se preza, sempre tem um grande mico de viagem pra compartilhar. Na hora é a maior dor de cabeça, mas depois sempre rende boas gargalhadas quando a gente conta para os amigos. Pois pra iniciar bem meus posts aqui no blog, apresento a vocês um dos meus maiores micos turísticos: a Saga do Passaporte Expirado!

Aeroporto Internacional Salgado Filho, Porto Alegre

Sábado, 27 de Setembro/2008.

Eu saindo de férias, balcão da TAM, pronta para embarcar para o México.... malas ok, passagem ok, passap...

- A Sra. tem aí seu outro passaporte?

- Como?

- Este passaporte está vencido. A Sra. está com seu novo passaporte?

- O QUE????

- Sra... Esse passaporte venceu no dia 21. Infelizmente, não posso fazer o seu check-in... A Sra. deve procurar a Polícia Federal... blá-blá-blá... blé-blé-blé...

A partir daí eu não ouvi mais nada. Meu coração parou de bater, meus pés afundaram em um buraco virtual. Juro que não sei como não estourou um aneurisma.
Justo eu, a pessoa mais organizada do mundo??? A pessoa que conferiu 37 vezes se o Visto Mexicano ainda estava na validade, a pessoa que foi tomar vacina de febre amarela, e foi na Anvisa pegar o certificado internacional de vacinação, a pessoa que botou na mala uma sombrinha (sombrinha!!!!) porque viu na previsão do tempo que estava uma chuva do cacete na Cidade do México?!?!?!?!? Justo eu, uma pessoa mega organizada, NÃO ME DEI CONTA QUE A PORRA DO PASSAPORTE TINHA VENCIDO HÁ UMA SEMANA?!?!?!?!?!? Fala sério. 

E aí sobrei eu em Porto Alegre, querendo cortar os pulsos por perder dois dias de férias, esperando segunda-feira chegar, pra poder ir na Polícia Federal emitir um passaporte de urgência....

Meu irmão se desmontou de tanto rir da minha cara quando eu voltei pra casa, depois de ter me despedido da família inteira rumo ao aeroporto.

- Ué, tu não ia pro México?

- Hãããn... cala a boca!

Na segunda-feira, caí da cama tri cedo e me joguei pra sede da Polícia Federal, ali na Av. Ipiranga, perto da antiga Casas Tigre. A guria do setor de passaportes foi uma fofa, se solidarizou com a minha agonia e jurou que o passaporte ficava pronto no mesmo dia. Tá com os documentos? ârrã! Passaporte antigo? ârrã! CI e CPF? ârrã! Título de Eleitor com os comprovantes de votação do 1o. e 2o. turno das últimas eleições? hmmm...

A casa caiu. De novo. No primeiro turno das últimas eleições, eu estava na Califórnia. E por acaso eu tinha me lembrado de justificar a ausência no TRE? Claaaaaaro que não!!!! Santa incompetência, Batman!!!!

Saí enlouquecida pro TRE pra pegar uma certidão de quitação de débitos com a Justiça Eleitoral. Cheguei lá e quase tive um chilique: o horário de expediente do TRE começava às 12:00h. MEIO DIA!!!!!! Em plena segunda-feira, a UMA SEMANA das eleições... meio dia!!! Pode, uma coisa dessas?

Enquanto eu passei quase 3 horas sentada na frente do TRE, esperando abrir o atendimento ao público, respirando fundo e tentando não entrar em pânico (pensando - não vai dar tempo de viajar hoje!!!!), cheguei à conclusão que o fundo do poço tinha subsolo! E uma plaquinha com o meu nome ali pendurada...

12:10, consegui a certidão (é só isso mesmo, moço?), 12:25 já estava jogando toda a papelada pra cima da guria da PF (pelamooooordedeusdizqueaindadátempodeficarprontohoje?).

A Santa Ciça, minha agente lá da Zaffari Turismo, tinha conseguido milagrosamente reorganizar tudo. Meu novo voo partiria às 19h. O passaporte ficaria pronto às 16h.

Depois de tanta correria, ainda bem que acabou dando tudo certo. O passaporte ficou pronto, eu embarquei e passei 20 dias de pura felicidade entre a Cidade do Mexico, Guadalajara e Cabo San Lucas (essa viagem fica pra um outro post).

O único problema é que, desde então, todas as vezes em que eu anuncio que vou viajar, a primeira pergunta que a família faz é se o passaporte tá em dia. Mereço, né? rsss.....

Era uma vez...

Olá! Sou a Patty, Paulista de nascença, mas Gaúcha de coração e alma. Moro em Porto Alegre desde os 3 aninhos de idade, falo bah e tchê o tempo todo, sou torcedora do Internacional e adoro um chimarrão.

Com a família paterna morando em Fortaleza-CE e materna em Santos-SP, minhas férias foram, desde sempre, on the road.

Pois tudo começou, oficialmente, em 1983. Minha primeira viagem sozinha de verdade. Disney, claro. Mas já era o prenúncio do que estava por vir. Passei 15 dias sentindo o maravilhoso gostinho de ir e voltar sem dar satisfação pra ninguém, a não ser pro tio da excursão, mas isso não conta. O importante é que não tinha pai e mãe por perto pra controlar, e aos 13 anos, isso fazia toda a diferença!

Nova York estava incluída no roteiro e aí sim, o impacto foi tamanho que eu nunca mais me recuperei do vício. Imagina, a criaturinha solta na Big Apple! Saí pra dar um passeio e fui indo, fui indo, fui indo... quando me dei conta, já tinha me perdido legal. Mil e uma voltas e algumas horas depois, consegui retornar ao hotel e encontrei a guia completamente surtada, já pensando na explicação que ia ter que dar para meus pais quando avisasse que a filha deles havia desaparecido em plena Manhattan!

Bom, o ponto principal dessa história toda é que desde então eu AMO viajar. A lazer ou a trabalho, não importa. Viagens sempre nos transformam. A mente, o mundo, o coração, a vida. No meu caso, sempre pra muito melhor.

Já vinha há um longo tempo pensando em criar um blog sobre minhas viagens. As que eu já fiz, as que estou fazendo e as que ainda pretendo fazer. Observações do dia-a-dia, dicas de roteiros bacaninhas, curiosidades, etc....

Ok, aqui estou eu, vamos ver no que vai dar.

Welcome aboard!